Antes de mais nada… Vamos fingir que três meses (e alguns diazinhos!) não se passaram e eu não coloquei nenhum texto aqui!? Eu li alguns livros mas não achei que nenhum valia a pena estampar o Sensações!
Passadas as desculpas, vamos ao que interessa…
“As massas nunca se revoltam por iniciativa própria, e nunca se revoltam não só porque são oprimidas. Acontece que enquanto não lhes for permitido contar com termos de comparação, elas nunca chegarão sequer a dar-se conta de que são oprimidas” (p. 244).
“Nada a temer do lado dos proletários. Abandonados a si mesmos, continuarão trabalhando, reproduzindo-se e morrendo de geração em geração, século após século, não apenas sem o menor impulso no sentido de rebelar-se, como incapazes de perceber que o mundo poderia ser diferente do que é” (p. 247).
É imperioso que eu esclareça aos que não leram o livro e têm a mesma idéia que eu tinha dele antes da minha leitura: não, o livro não se relaciona com o Big Brother. Aliás, é o Big Brother que não se relaciona com esta obra-prima.
Acredito, piamente, que quem faz este tipo de alusão não leu o livro (como eu fazia antigamente), ou não compreendeu a dimensão forte da história escrita por Orwell.
Á primeira vista, não achei que 1984 seria um livro que poderia me prender: pelo contrário, acreditava que seria mais um livro sobre a obsessão doentia de patriotismo e orgulho dominador.
Só que 1984 é muito mais que isso!
Na verdade, 1984 é um livro que trata, também, do patriotismo e do orgulho dominador, só que é uma espécie de evolução dessa espécie de Estado – da qual podemos perceber que Orwell não se filia nem presta qualquer tipo de demonstração raivosa. O autor não se deixa levar pelas emoções que eu, por exemplo, me deixei levar.
O Estado do livro (não podemos caracterizá-lo como nação, acredito) não possui um rosto definido (o Grande Irmão pode ser todos e, como dizia a personagem O’Brien, ao se anular como indivíduo, a pessoa tinha a possibilidade de se fundar com o Grande Irmão, com o Partido, e se tornar “o todo-poderoso”). E, ainda, assim ele assume a feição de qualquer Estado; como se o mix de atitudes (ou elas separadamente) de pessoas ligadas ao poder fossem um espelho do livro.
Depois de ler o livro eu fiquei inteiramente obcecada em não me permitir sequer ver uma propaganda do governo, bem como me tornei mais atenta ainda as sombras de qualquer infração ao Direito (em especial no que diz respeito à Constituição!).
Não obstante em, ao indicar a leitura do livro, me tornar a responsável pelas ações um pouco psicóticas de cada um, rs, acredito que tenho o dever de dizer que o livro é lindo, libertador, e altamente recomendável. Não vejo a hora de ver o filme!
Eu encontrei o meu livro por R$ 40, mas acredito que na internet se encontra mais barato!
Marianna, em 1º lugar queria parabenizar seu blog…Ele é sensacional!
Vc fez letras? ou trabalha com algo relacionado?
Eu li 1984, +/- na msm época que vc… e achei do caralho.
Só tenho um ponto a colocar: a alusão feita ao Big Brother, é algo relacionado a grande Tela (não lembro se eles chamavam assim)…Uma tela, no caso câmera, que assistia a tudo e a todos, o tempo inteiro. A idéia original do Big Brother foi extraída deste livro.
O livro é bem legal…super me prendeu…
Vc chegou a ver o filme?
Super legal tb. Pra época, é uma produção bem considerável.!
Até!
Kamila, obrigada pelos elogios ao blog! Ele é quase um desafio à internet, onde a gente sempre busca textos curtos e quase não lê mais nada… Eu não fiz letras não, sou formada em direito. 🙂
Quanto ao ponto levantado por você em relação ao livro, eu entendo que a teletela foi a inspiração para uma casa vigiada 24 horas por dia, mas o que eu quis dizer (e talvez não tenha ficado muito claro) é que o sofrimento de estar ali, sendo vigiado e à mercê das opiniões alheias (big brother para mim é martírio! hehe) é que não chega ao ponto do sufocamento do livro.
O livro também me prendeu demais, e depois dele eu comecei a ver muito do livro em todos os lugares em nossa volta e referências também em outras esferas de cultura, como, por exemplo, a Catedral Metropolitana do Rio que fica no centro da cidade (olha só ela aqui, eu tenho medo dela, não consigo olhar mais, hahaha) e também o disco “The Resistance”, do Muse (olhe os comentários dele aqui).
Eu vi o filme sim, é fenomenal, mas não chega perto do livro, né?
Abraços e até a próxima.
Demorei a achar mas fuçei e encontrei.
Minha fase produtivista no blog me faz vasculhar.
Orwell sem Revolução dos bichos é novidade pra mim.
Boa dica, tenho um vale-livro a trocar!
bjoooooo!
Amiga! Devi o link e você me ultrapassou! hahaha
Não troque o livro não, porque no mês que vem eu levo pra te emprestar! 🙂 É imperdível!
Beijo enorme!